A égua olhava a lagoa
com vontade de beber água.
A lagoa era tão larga
que a égua olhava e passava.
Bastava-lhe uma poça d'água,
ah! mas só daqui a algumas léguas.
E a égua a sede aguentava.
A égua andava agora às cegas
de olhos vagos nas terras vagas,
buscando água.
Grande mágoa!
Pois o orvalho é uma gota exígua
e as lagoas são muito largas.
Logo que li esta poesia já gostei da sonoridade, da brincadeira com as palavras "égua" e "água" que fazem uma espécie de eco infinito como o vai e vem das pequenas e também infinitas ondas de um lago...essas palavras passam a ter uma certa "energia" que nos faz transportá-las para um plano mais concreto, no caso o lago (embora essa não seja uma práxis). Também pensei no esforço que muitos de nós fazemos nesta vida tão ... "não linear"...nos esforçamos para chegar até as grandes lagoas para matarmos nossa sede, nos machucamos de tantas maneiras, chegamos! mas...não podemos beber a água que merecemos, só ficamos olhando e olhando, nem precisava tanto (embora o esforço tenha sido tamanho) apenas uma poça...mas nem isso. Então olhamos para outros lados, talvez encontremos lagoas menores, como já disse: nem precisa tanto. Nem mesmo estas encontramos...ah! grande mágoa...quando me resta apenas aquela que, por tão pequena e frágil se extingue, sendo um contraste entre tudo aquilo que deveria ser e tudo quilo que realmente é (...)
Acredito nos inúmeros talentos que estão por aí a vagar, cansados de serem abafados por essa vida "não linear", isto é, que não te dá aquilo que você merece! e não estou falando só de dinheiro não, mas de respeito, atenção, amor...Devemos primeiramente nos enchergar, não esperando que o mundo o faça, e fazê-lo com o próximo.
Deixo aqui meus pensamentos, sem nenhum compromisso em ser didática, apenas me divirto buscando... me conte, você o que achou? espero que tenha se divertido também!